A Superintendente Regional da Polícia Federal no DF, Silvana Borges, afirmou nesta quinta-feira (19) durante velório do agente Wilton Tapajós Macedo, no cemitério Campo da Esperança, em Brasília, que a investigação tem dois suspeitos de envolvimento no assassinato do policial federal.
“Estamos buscando todas as informações para chegar aos autores do crime. Por enquanto, são dois suspeitos", afirmou.
Wilton Tapajós Macedo foi morto a tiros quando visitava o túmulo dos pais no cemitério Campo da Esperança, nessa terça-feira (17). Tapajós estava armado no momento do assassinato, mas não chegou a reagir. O assassino levou o carro que estava com o policial. A arma que estava com o agente – uma Glock 9 milímetros – e a carteira não foram roubadas.
O corpo do agente está sendo velado por familiares, amigos e colegas de trabalho desde as 8h. O Sindicato dos Policiais Federais (Sindipol-DF) informou que o enterro do policial está marcado para às 11h desta quinta.
Investigação
De acordo com a superintendente, a apuração do crime é feita em conjunto pelas polícias Civil e Federal e segue em sigilo. Ela disse ainda que o carro da vítima, levado pelos assassinos, ainda não foi encontrado. “A PF não está intimidada, mas, sim, preparada para esse tipo de caso”, disse a superintendente.
O secretário de Segurança Pública do DF, Sandro Avelar, foi ao velório e confirmou a ação conjunta das polícias. "Existe uma integração entre a PF e Polícia Civil do DF, existe uma força tarefa para investigar este assassinato. Há, inclusive, o apoio das polícias de diversos estados."
A delegacia que investiga o caso, a 1ª DP, na Asa Sul, informou que o agente Tapajós teria sofrido ameaças e até registrado ocorrência na Corregedoria da Polícia Federal (PF) após ser perseguido por um carro na saída de um shopping de Brasília. Diante dessas informações, ganham força duas possibilidades: morte encomendada ou acerto de contas.
Segundo laudo preliminar de balística, o policial federal levou dois tiros de revólver calibre 38. O primeiro, na nuca, à média distância, foi o tiro fatal; o segundo, na têmpora, à queima-roupa, foi o de confirmação. Fontes ligadas à investigação afirmam que as características dos tiros reforçam a hipótese de que o agente foi executado e mostram que o crime pode ter sido cometido por profissionais.
Perfil
Na Polícia Federal desde 1987, Wilton Tapajós Macedo trabalhou na Operação Monte Carlo, que resultou na prisão de Carlos Cachoeira e outras 34 pessoas envolvidas com jogo do bicho. O agente também atuou em operações de combate à pedofilia e de proteção a testemunhas. Ele foi ainda candidato a deputado distrital em 2010 pelo PT do B.
“Ele era um profissional competente, trabalhador e, nas oportunidades em que ele trabalhou com o gabinete, exerceu muito bem as atividades”, comentou a superintendente Silvana Borges.