Sérgio Lima/Folha
O Alvorada, palácio que servirá de moradia para Dilma Rousseff a partir de janeiro de 2011, é um monumento de mármore e vidro.
Excluindo-se o anexo de serviço de 1.800 m², tem área construída de 7.300 m². Dispõe, por exemplo, de:
Salão de banquetes, biblioteca, cinema, academia de ginástica e até capela –ambiente que orna com o timbre beato assumido pela nova inquilina.
É espaço demais para uma mulher que, além de viver só, está na bica de descobrir que o pior tipo de solidão é o exercício da Presidência.
Para suavizar o convívio consigo mesma, Dilma levará para o Alvorada uma companhia que dispensa diplomas e concursos públicos: a mãe.
Chama-se Dilma Jane, 86 anos. Em conversa com a repórter Maria Lima, apresentou-se:
“A verdadeira Dilma Rousseff sou eu, a Dilminha é Dilma Vana”.
“Dilminha nunca me deu trabalho”, diz Dilma, a autêntica. “Toda filha escuta a mãe. Só não escuta mais quando não precisa”.
Na década de 70, Dilminha deixou Dilma preocupada:
“As preocupações começaram quando ela foi defender o país contra a ditadura. Eu não sabia de nada. Só fiquei sabendo quando ela foi presa..."
"...Nunca falei nem pedi para ela deixar de fazer as coisas dela. Quando descobri, ela estava naquilo. E presa”.
Depois de uma campanha caracterizada mais pela troca de ataques do que pelo intercâmbio de ideias, Dilma diz não guardar mágoa dos rivais de Dilminha:
“Mágoa de jeito nenhum! Isso faz mal. Prefiro falar que acabou. Passou. Agora vamos pensar só em coisas boas”.
Só coisas boas?!?!? Pelo jeito, a “verdadeira Dilma” ainda não foi apresentada ao PMDB, ao PT e ao etcétera de aliados que injetam na solidão de Dilminha a convivência diuturna com a emboscada.
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Escrito por Josias de Souza às 07h04
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