quarta-feira, 31 de agosto de 2011

UNE marcha por Brasília com musa estudantil chilena

A União Nacional dos Estudantes marchou pelas ruas de Brasília nesta quarta (31). O périplo foi iniciado na frente da sede do Banco Central.
Num dia em que será divulgada a Selic, a rapaziada cobrou a redução da taxa básica de juros. Promoveu-se a lavagem da entrada do BC (assista no vídeo).
Depois, a marcha desceu a Esplanada, rumo ao Congresso. Pela conta da UNE, foram ao meio-fio 10 mil estudantes. Na contabilidade da PM, 3 mil.
O presidente da UNE, Daniel Lliescu (PCdoB), levava a tiracolo uma bela acompanhante: Camila Vallejo (repare nas imagens abaixo).
Lula Marques/Folha
Camila preside é a FECh (Federação de Estudantes da Universidade do Chile). Ganhou fama mundial por liderar protestos por melhorias na educação chilena.
A visitante testemunhou as diferenças que separam a governista UNE da oposicionista FECh. No Chile, os estudantes lidam com borrachadas e jatos d’água da polícia.
Em Brasília, a polícia limita-se a organizar o trânsito. Água? Só a do “espelho” que circunda o Congresso, convertido em piscina pelos manifestantes.
Lula Marques/Folha
No fim do dia, outra diferença notável. Diferentemente do que ocorre no Chile, onde o governo recusa-se a dialogar, em Brasília a UNE é recebida em palácio.
A manifestação terminou em reunião na Presidência. Acompanhada de ministros, Dilma recebeu uma comitiva dos estudantes.
O aliado Daniel Lliescu, recém-eleito num Congresso custeado por verbas estatais, entregou a Dilma uma pauta com quatro dezenas de reivindicações.
No topo da lista está a “exigencia” de que o governo destine 10% do PIB para a educação. Mais do que os 7% oferecidos pelo MEC.
No fim das contas, as diferenças terminam por igualar os estudantes brasileiros aos chilenos. Cá, como lá, os pedidos da UNE são refugados.
“Hoje, foi o dia em que apresentamos a pauta ao governo”, disse o companheiro Lliescu.
“A presidenta não se posicionou com firmeza na defesa ou negação de nenhum dos itens, mas temos a expectativa de que essa pauta seja bem recebida pelo governo.”
Ah, essas diferenças que os igualam!
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Escrito por Josias de Souza às 17h54

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Movimentos sociais se unem em ato em Brasília (Postado por Erick Oliveira)

Marcha de movimentos sociais na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Participam da manifestação 15 movimentos sociais, entre eles MST, Conlutas, associações de estudantes e de servidores. O grupo tem pleitos como investimentos em reforma agrária e mais recursos para educação, saúde e moradia. Eles também pedem aumento a servidores federais e criticam possíveis mudanças no regime de Previdência Social. O ato paralisou o trânsito na área central de Brasília. 

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Médica será avaliada por Secretaria de Saúde após fixar seringas em muro (Postado por Erick Oliveira)

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal informou nesta segunda-feira (22), por meio de nota, que a médica responsável por fixar seringas na grade de casa e escrever em um cartaz “Muro com sangue HIV positivo – não pule”, será encaminhada para avaliação clínica quando retornar às atividades no Hospital Regional do Paranoá.
Leia a íntegra da nota da Secretaria de Saúde
Segundo a Secretaria de Saúde, a médica está em abono anual e retorna às atividades nesta terça-feira (23). De acordo com a Lei 1.303, o servidor tem direito a cinco dias de abono ao ano, quando não tiver mais de cinco faltas injustificadas no período de um ano.
A direção do Hospital Regional do Paranoá  informou que, caso a servidora tenha se apropriado de material que pertence à secretaria, será aberto um processo de sindicância para apurar os fatos.
O Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF) também afirmou que irá apurar a ação da médica. Segundo o CRM, a médica poderá receber penalidade que pode ir desde a advertência à cassação do exercício profissional. O conselho adiantou que a atitude da médica apresentou indícios de infração ao Código de Ética Médica.
Leia a íntegra da nota do Conselho Regional de Medicina
Para o presidente do CRM-DF, Iran Augusto Cardoso, se a ortopedista retirou as seringas do hospital, ela adquiriu inapropriadamente o material. Segundo Cardoso, ao expor as seringas, a médica colocou em risco a saúde dos moradores vizinhos.
A síndica do condomínio RK, Vera Barbieri, contou que as seringas foram retiradas da grade da casa da médica no sábado (20) à noite. No entanto, o cartaz que informa “Muro com sangue HIV positivo – não pule” continua no local. Ainda segundo a síndica, a médica teria colocado o material na grade na quinta-feira (18).
Vera afirmou que a Vigilância Sanitária foi acionada ainda no sábado, mas disse que não poderia fazer nada em relação ao assunto. Nesta segunda-feira, a Vigilância Sanitária solicitou que a síndica encaminhasse o nome completo da médica, para que ela possa ser responsabilizada.
“Estamos agindo em termos administrativos. A Vigilância Sanitária disse que, para a conclusão dos encaminhamentos necessários ao caso, precisamos repassar os dados”, contou.
A síndica ainda informou que a médica foi notificada pelo condomínio no sábado e deverá pagar multa de R$ 180. “A moradora tem cinco dias para corrigir os problemas. Caso contrário, a multa poderá subir”, explicou Vera.
“A situação extrapola a capacidade do condomínio de notificá-la. É um assunto mais amplo, é uma ameaça à sociedade. Se uma pessoa portadora vir uma coisa dessa no muro de uma casa, se torna algo constrangedor, é discriminatório”, completou a síndica.

Veja íntegra da nota da Secretaria de Saúde:
"A direção do Hospital Regional do Paranoá informa que a referida médica trabalha na regional como ortopedista. Atualmente, a servidora encontra-se em abono anual (conforme direito do servidor - Lei 1303 de 16/12/1996).
A regional enfatiza que não há nenhum tipo de autorização para que qualquer servidor retire material médico-hospitalar da unidade de saúde. Todos os materiais utilizados no hospital são devidamente controlados.
Conforme determina o núcleo de infecção hospitalar, em cada setor há um recipiente adequado para armazenamento e descarte de material pérfuro-cortante.
A direção esclarece ainda que, se confirmado que a servidora tenha se apropriado de algum material pertencente à SES/DF, procederá com a abertura de processo de sindicância, para apuração rigorosa dos fatos.
Ao retornar às suas atividades profissionais, a servidora será encaminhada para a diretoria de Saúde Ocupacional para avaliação clínica.
Brasília, 22 de agosto de 2011. "

Veja íntegra da nota do Conselho Regional de Medicina (CRM):
"O Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF) irá apurar a ação da médica, moradora do condomínio RK em Brasília, após a mesma fixar agulhas, supostamente contaminadas pelo vírus HIV, na grade da casa onde mora. O CRMDF, fundamentado no Código de Ética Médica, analisará todos os fatos relacionados ao ato da ortopedista. Após a referida análise, a médica poderá receber uma penalidade, que vai desde a advertência à cassação do exercício profissional."

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Três adolescentes armados sequestram casal no Paranoá (Postado por Erick Oliveira)

Três adolescentes armados roubaram um carro e sequestraram um casal durante a madrugada desta quinta-feira (11) no Paranoá, região administrativa a 25 quilômetros da área central de Brasília. As duas vítimas foram surpreendidas no setor de oficinas da cidade por volta de 1h30.

De acordo com a polícia, os três menores, que tinham entre 13 e 17 anos, estavam armados. Eles teriam tentado atirar no casal, mas o revólver calibre 38 não disparou. A polícia informou que os três rapazes ficaram irritados e agrediram o motorista com várias coronhadas.

Os adolescentes abandonaram o casal em Sobradinho. Segundo a polícia, eles levaram dinheiro, celulares e até as roupas do dono do carro.

Depois de abandonar o casal, os bandidos ainda teriam passeado com o carro pelo Itapoã. Em seguida, eles voltaram para o Paranoá onde abasteceram o carro e, segundo a polícia, tentaram roubar um posto de combustível que fica ao lado da delegacia.
A polícia informou que alguns policiais que passavam pelo posto suspeitaram do veículo parado no local. “Copiamos pelo rádio a divulgação do roubo do carro. E identificamos que a primeira letra da placa do carro batia com a informação passada, por isso resolvemos fazer a abordagem”, afirmou o sargento Gessé Lima, da Polícia Militar.
De acordo com o delegado Brunno Ornelas, o adolescente mais novo, de 13 anos, já tinha passagem por roubo e tentativa de sequestro. “Foi um roubo, que terá a pena aumentada por ter uso de arma e restrição das vítimas”, explicou Ornelas.
Os menores podem ter que cumprir até três anos de medidas socioeducativas.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Noivos do DF ficam mais de 24 h na fila para garantir cerimônia em igreja (Postado por Erick Oliveira)

Vários casais de Brasília passaram mais de 24 horas na entrada da igreja Imaculado Coração de Maria, no Park Way, para conseguir reservar data para a cerimônia de casamento no local em 2012. O atendimento começou às 8h desta terça-feira (9) e os meses mais cobiçados por noivas e noivos são maio, junho, julho e agosto.
Para ajudar a passar o tempo, alguns casais levaram colchão, travesseiro, cobertor, computador com acesso à internet e até televisão. Uma lista de chamada foi feita para conferir os nomes de tempos em tempos. Quem saísse, perdia a vez e a data.
O empresário Marconi Amaral afirmou que a situação é divertida. “A gente está se ajudando e trocando informações. Está bem divertido mesmo”, disse.
Já a servidora pública Letícia Fontoura explicou que o casamento na igreja significa a realização de um sonho. “Desde que eu conheci o noivo, sabia que seria ele. Por isso, a importância da cerimônia religiosa”, disse.
A história da jornalista Aline Bezerra e do administrador Fagner Amaro nasceu na igreja Imaculado Coração de Maria. Eles se conheceram em um encontro de jovens católicos e fazem questão de garantir uma data no local. “Vai ser o dia mais importante e mais feliz da minha vida”, disse Aline.
Amaro, o noivo, acompanha todos os detalhes dos preparativos e até chegou mais cedo que Aline na igreja. “É uma fase que a gente não quer perder, queremos viver tudo junto”, afirmou.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Juiz que escreveu voto em verso elogia poema de delegado do DF (Postado por Erick Oliveira)

O juiz Afif Jorge Simões Neto, que ficou conhecido por causa de um voto em verso no Rio Grande do Sul em 2009, elogiou o ato do delegado Reinaldo Lobo, da 29ª DP de Riacho Fundo (18 quilômetros de Brasília), que surpreendeu ao registrar, no último dia 26 de julho, um crime em forma de poesia. “É para quem tem dom”, disse o magistrado ao G1.
O delegado apresentou uma poesia no meio de um inquérito de crime de receptação. A peça final não foi aprovada pela Corregedoria da Polícia Civil e terá de ser refeita dentro dos padrões.
"O preso pediu desculpa
disse que não tinha culpa
pois estava só na garupa
foi checada a situação
ele é mesmo sem noção
estava preso na domiciliar
não conseguiu mais se explicar
”, diz um dos trechos escritos pelo delegado. O caso foi revelado nesta quarta-feira (3).
No caso do juiz, o voto foi apresentado a dois outros magistrados da 2ª Turma Recursal Cível do RS, e virou decisão final, sem direito a recurso.
Na ação, Simões Neto negou danos morais a um patrão, como são chamadas as autoridades dos Centros de Tradições Gaúchas, que se sentiu ofendido após ter sido acusado por um conselheiro de não prestar contas corretamente. Em primeira instância, o conselheiro foi condenado a pagar R$ 1,5 mil e, no julgamento do recurso, como relator, Simões escreveu em um poema afirmando que a ofensa não aconteceu.
"Não é um fato comum, é inusitado. Não é toda hora que aparece um voto em verso”, diz o juiz, que afirma ter se inspirado nas peças escritas pelo pai, que defendia réus em processos criminais em forma de verso. “Não vejo nenhum problema. Esse mundo está muito burocratizado. As coisas não precisam ser iguais a cem anos atrás. É para quem tem dom, não é para todos”, afirma.
“Nesse meu caso, a parte não entendeu um verso e aí eu respondi e acrescentei mais uma estrofe para que ele entendesse melhor”, complementa o magistrado. “Não houve censura e nem rejeição por parte dos colegas.”
Ainda na opinião do juiz, “não se pode castrar uma manifestação intelectual que não denigre o relatório”. “Desde que tenha os pressupostos legais, [o relatório com poema] deve perdurar, e não deve ser motivo de crítica. Principalmente porque é uma manifestação cultural, intelectual.”
Simões diz ainda que aquele foi seu último voto em verso e prefere não ser chamado de poeta. “Eu queria até saber como fez esse delegado. Ouvi dizer que ele demorou uma hora para escrever. Eu demorei mais. Tem que pensar, formatar o verso, adequar a rima. É como se fosse a letra de uma música”, diz. “Essa manifestação literária, desde que não agrida os pressupostos da lei, não precisa ser raivosamente combatida. Nunca sofri nenhuma rejeição.”
Para o magistrado, no entanto, não é qualquer caso que pode terminar em poesia. Até hoje, seu único voto em verso foi o de 2009. “Tem que ser bom”, diz.

Veja a seguir a íntegra dos versos escritos pelo juiz no voto de 2009:
"Este é mais um processo
Daqueles de dano moral
O autor se diz ofendido
Na Câmara e no jornal.
Numa festa sem fronteiras
Teve início a brigantina
Tudo porque não dançou
O Rincão da Carolina.
Já tinha ouvido falar
Do Grupo da Pitangueira
Dançam chula com a lança
Ou até cobra cruzeira.
Houve ato de repúdio
E o réu falou sem rabisco
Criticando da tribuna
O jeitão do Rui Francisco

Tem CD dentro nos autos
Que ouvi bem devagar
E não encontrei a calúnia
Nas palavras do Wilmar.
Que o autor não presta conta
Nunca disse o demandado
Errou feio o jornalista
Ao inventar o fraseado.
Julgar briga de patrão
É coisa que não me apraza
O que me preocupa, isso sim
São as bombas lá em Gaza.
Ausente a prova do fato
Reformo a sentença guerreada
Rogando aos nobres colegas
Que me acompanhem na estrada
Sem culpa no proceder
Não condeno um inocente
Pois todo o mal que se faz
Um dia volta pra gente.
Decidir o que escancara
Independe de talento
Tanto aqui como em Rivera
E Santana do Livramento.
E fica aqui um pedido
Lançado nos estertores
Que a paz volte ao seu trilho
Na terra do velho Flores."

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Delegado do Distrito Federal relata crime em forma de poesia (Postado por Erick Oliveira)

O delegado Reinaldo Lobo, da 29ª DP, no Riacho Fundo, a 18 quilômetros de Brasília, surpreendeu a Corregedoria da Polícia Civil ao registrar, no dia 26 de julho, um crime em forma de poesia.
O documento apresentado pelo delegado faz parte do inquérito policial, formado ainda pelo auto de prisão em flagrante, as oitivas e o relatório. A peça final, única feita em poesia, não foi aprovada e teve que ser refeita.
O relatório dizia respeito a um crime de receptação, ocorrido na noite de 22 de julho, quando um homem foi flagrado por policiais militares na garupa de uma motocileta roubada.
"O preso pediu desculpa/disse que não tinha culpa/pois estava só na garupa/foi checada a situação/ele é mesmo sem noção/estava preso na domiciliar/não conseguiu mais se explicar", escreveu o delegado sobre a abordagem ao suspeito.
Mais adiante, o delegado prossegue: "Se na garupa ou no volante/sei que fiz esse flagrante/desse cara petulante/que no crime não é estreante".
A vontade de fazer um trabalho diferente motivou a redação do poema, disse o delegado. “O nosso trabalho é um pouco de idealismo. Apesar de muito árduo, ele é um pouco de fantasia, de você lutar pela reconstrução e pela melhora do mundo. Acho que isso traz muita realização e eu quis transformar isso em arte, daí a ideia da poesia.”
No relatório em forma de poema, o delegado explica a inovação: "Resolvi fazê-lo em poesia/pois carrego no peito a magia/de quem ama a fantasia/de lutar pela paz contra qualquer covardia".
Lobo disse ao G1 que sua intenção era chamar a atenção de quem fosse ler o inquérito, afirmou. “Nos deparamos com situações difíceis. Naquela noite, tive vontade de transmitir uma mensagem a quem fosse ler aquele inquérito.”
Apesar da criatividade, o relatório retornou da Corregedoria com o pedido de que fosse escrito nos padrões da polícia. Lobo achou melhor solicitar o ajuste a outro delegado. “Não existe nada que regre a redação oficial de um relatório. O Código de Processo Penal só exige que se narre o caso e se citem as informações importantes. O delegado deve ter liberdade de fazer isso”, defende.
Esta foi a primeira vez que Reinaldo Lobo escreveu um relatório em poesia. Apesar de o formato não ter sido aceito pela Corregedoria, não houve nenhum tipo de punição ao delegado, que não abandonou completamente a ideia.
“Vou tentar um diálogo com a Corregedoria para tentar ver o que é possível fazer em harmonia”, afirmou o delegado, fazendo rima.
A Corregedoria da Polícia Civil não se pronunciou sobre o caso até o fim da manhã desta quarta-feira.
O homem que estava na garupa da motocicleta roubada foi autuado em flagrante por receptação. Até o envio do relatório, informa Lobo, o rapaz permanecia preso no sistema penitenciário, porque, como escreveu em seu inquérito-poema, "a fiança foi fixada/e claro não foi paga".

Veja a íntegra do relatório do delegado

"Já era quase madrugada
Neste querido Riacho Fundo
Cidade muito amada
Que arranca elogios de todo mundo
O plantão estava tranqüilo
Até que de longe se escuta um zunido
E todos passam a esperar
A chegada da Polícia Militar
Logo surge a viatura
Desce um policial fardado
Que sem nenhuma frescura
Traz preso um sujeito folgado
Procura pela Autoridade
Narra a ele a sua verdade
Que o prendeu sem piedade
Pois sem nenhuma autorização
Pelas ruas ermas todo tranquilão
Estava em uma motocicleta com restrição
A Autoridade desconfiada
Já iniciou o seu sermão
Mostrou ao preso a papelada
Que a sua ficha era do cão
Ia checar sua situação
O preso pediu desculpa
Disse que não tinha culpa
Pois só estava na garupa
Foi checada a situação
Ele é mesmo sem noção
Estava preso na domiciliar
Não conseguiu mais se explicar
A motocicleta era roubada
A sua boa fé era furada
Se na garupa ou no volante
Sei que fiz esse flagrante
Desse cara petulante
Que no crime não é estreante
Foi lavrado o flagrante
Pelo crime de receptação
Pois só com a polícia atuante
Protegeremos a população
A fiança foi fixada
E claro não foi paga
E enquanto não vier a cutucada
Manteremos assim preso qualquer pessoa má afamada
Já hoje aqui esteve pra testemunhá
A vítima, meu quase chará
Cuja felicidade do seu gargalho
Nos fez compensar todo o trabalho
As diligências foram concluídas
O inquérito me vem pra relatar
Mas como nesta satélite acabamos de chegar
E não trouxemos os modelos pra usar
Resta-nos apenas inovar
Resolvi fazê-lo em poesia
Pois carrego no peito a magia
De quem ama a fantasia
De lutar pela Paz ou contra qualquer covardia
Assim seguimos em mais um plantão
Esperando a próxima situação
De terno, distintivo, pistola e caneta na mão
No cumprimento da fé de nossa missão

Riacho Fundo, 26 de Julho de 2011
Del REINALDO LOBO
63.904-4"