sábado, 10 de dezembro de 2011

Revista diz que família de Agnelo é suspeita de enriquecimento ilícito (Postado por Lucas Pinheiro)

Reportagem da revista "Isto É" deste fim de semana aponta enriquecimento ilícito da família do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, nos últimos três anos. Conforme a revista, o patrimônio da família é alvo de investigações da Polícia Federal e do Ministério Público do DF, que apuram um suposto esquema de desvio de dinheiro público.

De acordo com a reportagem, levantamento preliminar da PF indica que familiares do governador não têm fontes de renda para justificar os negócios abertos, como locadoras de veículos e franquias de empresas, desde 2008. Os sinais de enriquecimento surgem, afirma a “Isto é”, no início de 2008, quando Agnelo Queiroz era diretor da Anvisa, e vão até setembro deste ano.

Na saída da solenidade de abertura da Conferência Distrital das Cidades Extraordinárias, neste sábado (10), o governador negou todas as denúncias e afirmou que elas são feitas por um grupo ligado ao “crime organizado”.

“Passou dos limites o que o crime organizado no Distrito Federal está fazendo. São ataques bárbaros à minha pessoa, agora à minha família. Só faltam me abater fisicamente. Vou processar o meio de comunicação que se presta a uma patifaria dessas, inclusive seu escriba. Vou tomar todas as medidas legais”, disse o governador.

As investigações sobre a evolução patrimonial da família de Agnelo fazem parte do inquérito que apura a participação do governador em suposto esquema de desvio de verba no Ministério do Esporte, pasta comandada por Agnelo entre 2003 e 2006. Os supostos desvios no Esporte, que levaram à queda do ministro Orlando Silva - que foi secretário-executivo na gestão de Agnelo -, foram denunciados pelo policial militar João Dias, que tinha ONGs com contratos com o ministério. Na semana passada, Dias foi preso no Palácio do Buriti, sede do governo do DF, após agredir servidores e deixar uma sacola de dinheiro no gabinete do secretário de governo de Agnelo. João Dias dias disse tinha recebido o dinheiro um dia antes para deixar de denunciar integrantes do governo, mas o secretário negou.

Negócios
De acordo com a reportagem, os irmãos do governador compraram bens de valores incompatíveis com a renda que têm. O patrimônio dos envolvidos na denúncia chegaria a R$ 10 milhões.

Irmão do governador, o ex-vigilante Ailton Carvalho de Queiroz teria investido R$ 200 mil em uma locadora de veículos. A empresa, de acordo com a reportagem, é administrada pelo filho dele, que teria uma renda de R$ 1,1 mil, valor presumido pelo Serasa, mas tem em seu nome quatro veículos de luxo.

A revista “Isto É” indica ainda que, em 2010, Ailton e uma das irmãs de Agnelo Queiroz, Anailde Queiroz investiram R$ 800 mil na compra da franquia de uma torteria num shopping no centro de Brasília. Anailde também seria a proprietária de um restaurante no mesmo shopping - um investimento que, nos cálculos da revista, pode chegar a R$ 1 milhão.

Segundo a reportagem, Anaílde Queiroz, que de acordo com o Serasa, tem renda de R$ 1,7 mil, também teria comprado uma fazenda em Água Fria de Goiás. O valor do negócio foi de R$ 800 mil.

Em nota, a assessoria do governo classificou como “a mais irresponsável e repugnante” tentativa de atacar a imagem de Agnelo Queiros, pois “desrespeita seus familiares e, principalmente sua mãe, com mentiras grosseiras e sem relação com a realidade”. A assessoria disse ainda, na nota, que a revista e o repórter serão processados.

Veja a íntegra da nota da assessoria do GDF:

“Em relação à reportagem “A próspera família de Agnelo”, publicada na edição 2196 da revista Istoé:

De todas as tentativas criminosas de atacar a imagem do governador Agnelo Queiroz, esta é a mais irresponsável e repugnante, ao desrespeitar seus familiares, e principalmente sua mãe, com mentiras grosseiras e sem relação com a realidade.

A reportagem sonega informações esclarecedoras, descumprindo o dever jornalístico, ao construir um texto mal intencionado e mentiroso, que está a serviço de um consórcio criminoso. Usa falsos fundamentos que escandalizam pela falta de ética jornalística.

A matéria traz valores irreais de renda e patrimônio. O governador Agnelo Queiroz repudia a invasão à vida de seus familiares como forma de ataque político, em ação sem escrúpulos.
A revista e o repórter serão processados.

matéria está a serviço da velha conspiração contra a renovação dos costumes políticos no DF. Mais uma tentativa de forjar uma denúncia que vai ser desmascarada.”

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