Índios desocupam sede da Funai em Brasília e embarcam de volta ao Pará
Fernanda Calgaro
Do UOL, em Brasília
Do UOL, em Brasília
Os cerca de 150 índios que ocupavam a sede da Funai (Fundação Nacional do Índio) em Brasília desde segunda (10) deixaram o local na manhã desta quinta-feira (13). Eles embarcaram no início desta tarde em aviões da FAB (Força Aérea Brasileira) de volta para o Pará.
Esse é o mesmo grupo que havia invadido em maio o canteiro principal das obras da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, e foi trazido a Brasília pelo governo federal numa tentativa de negociar e arrefecer os ânimos.
Os indígenas, na sua maioria da etnia mundurucu --há também xipaias, araras e caiapós--, são contrários à construção das usinas hidrelétricas de Belo Monte e do rio Tapajós. Eles argumentam que não foram consultados previamente, conforme determina a Convenção 169 da OIT (Organização Internacional do Trabalho).
Os índios exigem ainda poder de veto quando empreendimentos ameaçarem seus meios de vida, a exemplo do que acontece em outros países, como na Colômbia.
Na volta ao Pará, eles irão direto para as suas tribos, de acordo com o líder indígena Valdernir Munducuru, e lá decidirão os próximos passos. Indagado se o grupo poderia voltar a ocupar Belo Monte, disse não sabia.
Em Brasília, eles tentaram falar com ministros, mas foram recebidos apenas por Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República. A reunião ocorrida na terça (4), porém, terminou em impasse.
Inicialmente, a volta deles estava prevista para o fim da semana passada, mas eles acabaram estendendo para tentar marcar novas audiências com autoridades do governo.
Carvalho concordou em recebê-los de novo na segunda (10), mas o encontro não aconteceu. Em nota, o governo afirmou que Carvalho "aguardou por cerca de uma hora pela reunião", mas que "os indígenas recusaram-se a participar da reunião, limitando-se a protocolar um documento na Presidência da República".
A versão dos índios é diferente. Eles dizem que Carvalho descumpriu o que haviam combinado e quis receber apenas uma comissão com dez integrantes, em vez do grupo todo. Em protesto, eles ocuparam a sede da Funai, chegando a impedir a entrada de funcionários da instituição.
Esse é o mesmo grupo que havia invadido em maio o canteiro principal das obras da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, e foi trazido a Brasília pelo governo federal numa tentativa de negociar e arrefecer os ânimos.
Leia mais
- Índios impedem a entrada de funcionários na sede da Funai em Brasília
- Índios ocupam sede da Funai em Brasília
- Governo respeitará direitos indígenas sem abrir mão de grandes empreendimentos, diz Carvalho
- Após reunião com índios, governo reforça segurança em Belo Monte para evitar mais ocupações
- Índios exigem suspensão de obras em Belo Monte em reunião com governo em Brasília
Os índios exigem ainda poder de veto quando empreendimentos ameaçarem seus meios de vida, a exemplo do que acontece em outros países, como na Colômbia.
Na volta ao Pará, eles irão direto para as suas tribos, de acordo com o líder indígena Valdernir Munducuru, e lá decidirão os próximos passos. Indagado se o grupo poderia voltar a ocupar Belo Monte, disse não sabia.
Em Brasília, eles tentaram falar com ministros, mas foram recebidos apenas por Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República. A reunião ocorrida na terça (4), porém, terminou em impasse.
Inicialmente, a volta deles estava prevista para o fim da semana passada, mas eles acabaram estendendo para tentar marcar novas audiências com autoridades do governo.
Carvalho concordou em recebê-los de novo na segunda (10), mas o encontro não aconteceu. Em nota, o governo afirmou que Carvalho "aguardou por cerca de uma hora pela reunião", mas que "os indígenas recusaram-se a participar da reunião, limitando-se a protocolar um documento na Presidência da República".
A versão dos índios é diferente. Eles dizem que Carvalho descumpriu o que haviam combinado e quis receber apenas uma comissão com dez integrantes, em vez do grupo todo. Em protesto, eles ocuparam a sede da Funai, chegando a impedir a entrada de funcionários da instituição.
Nenhum comentário:
Postar um comentário