quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Ex-assessora posta nova foto de ensaio e diz que 'amou' resultado (Postado por Lucas Pinheiro)

 A advogada Denise Leitão Rocha, ex-assessora parlamentar no Senado e capa da próxima edição da revista Playboy, postou em seu perfil no Twitter, nesta quarta-feira (29), uma nova foto de seu ensaio. No post, ela afirma ter "amado" o resultado.

"Foto de divulgação da Playboy! Amei... ", escreveu. Na foto, Denise aparece algemada e sem calcinha. Em entrevista ao G1 na segunda-feira (27), após a divulgação da capa da publicação, ela havia dito que as fotos ficaram "elegantes". "Eu gostei bastante, as fotos estão elegantes e não ficou um trabalho vulgar", afirmou.

 Denise foi exonerada do cargo de assessora parlamentar no Senado após a divulgação de um vídeo em que aparece em cenas de sexo. No início deste mês, logo após ter sido exonerada, ela disse que havia recusado convite para posar nua.

Segundo a advogada, o ensaio fotográfico foi feito em São Paulo. Ela não quis comentar o valor que recebeu pelas fotos, mas disse que estava precisando do dinheiro.

Na segunda-feira, a ex-assessora parlamentar disse que recebeu diversas ligações de colegas que trabalharam com ela no Senado para falar que haviam gostado das fotos. Ela disse esperar que a revista tenha tanta repercussão como teve o vídeo de sexo que circulou em notebooks de parlamentares ao longo da CPI do Cachoeira e que custou o emprego dela.

 "Eles [parlamentares] ficaram vendo meu vídeo na CPI. Pelo menos agora eles vão me ver de uma forma mais bonita. E espero que seja fora das dependências do Senado. Lá [Senado], eles estão para trabalhar”, disse Denise Rocha.

A advogada disse também esperar que as vendas sejam ótimas em razão da qualidade do trabalho. Por causa de compromissos, a ex-assessora diz que tem passado boa parte do tempo no Rio de Janeiro. Mas ainda tem residência fixa em Brasília.

Fotos
A capa foi divulgada na segunda-feira pela Playboy. Pela manhã, havia sido divulgada outra foto, que chegou a ser cogitada para estampar a primeira página da públicação. O ensaio foi realizado pelo fotógrafo JR Duran em uma cidade no interior de São Paulo.

Na quinta-feira (23), outra imagem, dessa vez da advogada de roupão, se preparando para o posar para as fotos, havia sido divulgada no Facebook da publicação.

Ela foi exonerada do cargo no gabinete do senador Ciro Nogueira no começo deste mês. Desde então, afirma, está desempregada.  "O dinheiro [da revista] não paga meu estresse. Eu não vou desistir de provar judicialmente toda a injustiça que fizeram comigo", afirmou.

A advogada deu queixa na Delegacia da Mulher, e a Polícia Civil do Distrito Federal investiga quem foi o autor do vazamento do vídeo. Segundo a polícia, o homem que aparece com ela nas imagens foi ouvido e negou ter sido o responsável pelo vazamento.

Perfil no Twitter
A advogada criou, há cerca de dez dias, um perfil oficial no Twitter para a divulgação de sua agenda. Há uma semana, porém, um perfil falso foi criado e tem confundido admiradores de Denise.

Procurado pelo G1, o assessor de imprensa da ex-assessora afirmou que advogados foram acionados para pedir a retirada do perfil do ar.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Polícia faz operação para prender suspeitos de elo com Cachoeira no DF (Postado por Lucas Pinheiro)

 A Polícia Civil do Distrito Federal cumpre, na manhã desta sexta-feira (24), cinco mandados de prisão contra suspeitos de integrar uma quadrilha que mantinha casas de bingo e explorava o jogo ilegal na capital federal. Até a publicação desta reportagem, três pessoas haviam sido presas.

De acordo com a investigação, parte do grupo tem relação com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, preso pela PF em fevereiro deste ano, durante a Operação Monte Carlo.

Dos cinco mandados cumpridos nesta sexta-feira pela Operação Jackpot, três são contra suspeitos presos durante a operação Monte Carlo e posteriormente liberados.

 Segundo a Polícia Civil, há indícios de que o mesmo grupo que agia no Entorno do Distrito Federal e foi desbaratado na Monte Carlo comandava o esquema dentro do DF. Ainda conforme policiais, o grupo agia dentro dos limites do DF há pelo menos seis meses e tinha clientela cativa de jogadores, dispostos a gastar até R$ 37 mil nos caça-níqueis.

A investigação durou cerca de um mês. Neste período, a polícia apreendeu mais de 80 máquinas e fechou sete casas de bingo, inclusive em áreas nobres de Brasília, como Lago Sul e Lago Norte.

Na operação, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão na casa de suspeitos e em endereços onde funcionavam as casas de jogos. As ordens judiciais foram expedidas pelo juiz Robert Kirchhoff Berguerand de Melo, da 7ª Vara Criminal de Brasília. Os mandados de prisão são temporários e valem por cinco dias.

 Operação Monte Carlo
Suspeito de comandar rede de jogo ilegal em Goiás, Carlinhos Cachoeira foi preso no dia 29 de fevereiro pela Operação Monte Carlo, da Polícia Federal. Segundo gravações da PF, o esquema envolvia políticos e empresários em uma rede de corrupção, desvio de dinheiro público e pagamento de propinas.

Após ser preso, Cachoeira foi levado para o presídio federal de Mossoró por razões de segurança, mas depois transferido para o complexo penitenciário da Papuda, em Brasília, onde está até hoje.

Em março, o Ministério Público Federal em Goiás ofereceu denúncia à Justiça Federal contra 81 pessoas envolvidas na máfia dos caça-níqueis desarticulada pela Operação Monte Carlo. Segundo o MPF, tinham participação na quadrilha três policiais federais, sete policiais civis, 28 militares, um policial rodoviário federal e dois servidores públicos.

Eles foram denunciados por formação de quadrilha armada, corrupção ativa e passiva, peculato e violação de sigilo perpetrado por servidores públicos federais, estaduais e municipais.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Filha do ministro da Pesca sofre sequestro-relâmpago em Brasília (Postado por Lucas Pinheiro)

 Uma das filhas do ministro da Pesca, Marcelo Crivella, foi vítima de sequestro-relâmpago na tarde dessa quarta-feira (22), em Brasília, segundo a delegada da 1ª delegacia de polícia, Mabel Alves de Faria.

Segundo a Polícia Civil, a vítima, de 30 anos, foi abordada por um homem armado quando estacionava seu carro, um Hyundai I35, em frente a uma loja na 408 Sul. O bandido obrigou a filha do ministro a dirigir até a região de chácaras de Ceilândia, onde ela conseguiu fugir. O veículo foi levado pelo sequestrador.

Só na semana passada, aconteceram 16 sequestros-relâmpagos no DF, segundo a Secretaria de Segurança.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Relator vota por condenação de João Paulo Cunha e grupo de Valério (Postado por Lucas Pinheiro)

 O ministro-relator do processo do mensalão, Joaquim Barbosa, votou nesta quinta-feira (16) pela condenação do atual deputado federal João Paulo Cunha nos crimes de corrupção passiva (receber vantagem indevida), lavagem de dinheiro e peculato  (crime cometido por servidor contra a administração pública). Cunha é acusado de atuar no desvio de dinheiro da Câmara dos Deputados quando presidia a Casa em 2003 em benefício da agência SMP&B, de Marcos Valério.

O relator também votou para que Marcos Valério e os sócios dele Cristiano Paz e Ramon Hollerbach sejam condenados pelos crimes de corrupção ativa (oferecer vantagem indevida) e peculato.

Barbosa é o primeiro dos 11 ministros do Supremo a fazer a leitura de seu voto no processo do mensalão - ao votar, os ministros indicarão se condenam ou absolvem cada um dos 37 réus. O relator só analisou um item das acusações sobre o suposto esquema de compra de votos no Congresso Nacional.

 O relator informou que a dosimetria da pena (o tempo a que cada réu deve ser condenado) só será definida após a decisão sobre quem deve ou não ser condenado.

"Condeno o réu João Paulo Cunha pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro por ter recebido vantagem indevida no montante de R$ 50 mil por meio de mecanismos de lavagem de dinheiro. Condeno-o ainda por dois crimes de peculato, porque, mediante autorizações de subcontratações e pagamentos de honorários à agência SMP&B, desviou recursos públicos de que tinha posse em razão do cargo de presidente da Câmara, em proveito dos réus Marcos Valério, Ramon Hollebarch e Cristiano Paz, e em proveito próprio”, disse.

“Condeno ainda Marcos Valério, Ramon Hollebarch e Cristiano Paz por corrupção ativa e peculato por terem oferecido vantagem indevida ao réu João Paulo Cunha em troca de atos de ofício que lhe seriam benéficos e por terem realizado desvio de recursos da Câmara”, concluiu ainda o relator.

Segundo a denúncia, João Paulo Cunha recebeu, em 2003, R$ 50 mil em vantagens indevidas da agência de Valério SMP&B, que tinha contrato com a Câmara. Cunha teria desviado ainda R$ 252 mil do contrato com a agência para o pagamento de um assessor particular. Conforme o Ministério Público Federal, os desvios na Câmara somaram R$ 1,077 milhão, uma vez que a agência de Valério recebia sem executar os serviços.

Nas sustentações orais, as defesas dos quatro réus negaram o cometimento de crimes.

Lavagem de dinheiro
Para Joaquim Barbosa, o fato de o saque dos R$ 50 mil ter sido feito pela mulher de João Paulo Cunha, Márcia Cunha, mostra intenção de lavar dinheiro. Segundo o ministro, esse mecanismo de ocultação dos sacadores fez com que o saque feito pela mulher de Cunha ficasse "oculto" por quase dois anos.

Para o ministro, a ocultação do recebimento configura crime de lavagem. “O crime se consumou e permitiu a ocultação por quase dois anos. Os órgãos de fiscalização não registraram o nome da senhora Márcia, o que constava apenas de documentos informais do banco. Ainda que o próprio João Paulo tivesse ido pessoalmente buscar o dinheiro estaria configurado o crime de lavagem de dinheiro, considerando que nem o réu nem sua esposa configuram como os sacadores do dinheiro, e sim a SMP&B [agência de Marcos Valério.”

O ministro Joaquim Barbosa afirmou que o Banco Rural repassava aos órgãos de controle financeiro informações erradas sobre saques de dinheiro em espécie da instituição financeira. Ele afirmou que a agência aparecia como sacadora do valor, “como se os valores fosse para pagar fornecedores”.

“Assim, está demonstrado que o réu utilizou sofisticado serviço de lavagem de dinheiro operacionalizado pelas agências de Marcos Valério [...] Dessa forma tenho como caracterizado crime de lavagem de dinheiro imputado ao réu João Paulo Cunha”, concluiu Barbosa.

Peculato
Ainda segundo Barbosa, João Paulo Cunha e o grupo de Marcos Valério cometeram peculato porque atuaram no desvio de recursos públicos da Câmara dos Deputados.

De acordo com o relator, auditorias comprovam que a SPM&B só realizou 0,01% dos serviços para o qual foi contratada. “A equipe de auditoria do Tribunal de Contas da União, a equipe de auditoria da secretaria de controle interno da própria Câmara dos Deputados [...], e, por fim, os peritos do Instituto de Criminalística da Polícia Federal foram uníssonos em afirmar que as subcontratações alcançaram 99,9% dos serviços para os quais a SPM&B foi contratada.”

Segundo o ministros, os autos “revelam o dolo (intenção de cometer um crime)” de João Paulo Cunha em aumentar os gastos da Câmara em benefício de Marcos Valério e seus sócios.

“As graves irregularidades constituíram o modos operandi de Marcos Valério, João Paulo Cunha e Cristiano Paz para consumar o crime peculato em detrimento da Câmara dos Deputados”, disse Barbosa.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Relator do processo do mensalão inicia leitura de voto nesta quinta (Postado por Lucas Pinheiro)

 O ministro Joaquim Barbosa, relator do processo do mensalão, inicia nesta quinta-feira (16), 11ª sessão do julgamento, a leitura de seu voto, com a apresentação dos argumentos pela condenação ou absolvição de 37 réus.

A expectativa é de que o ministro só termine a leitura das mais de mil páginas na próxima semana, após três ou quatro sessões. O segundo a apresentar suas conclusões sobre a denúncia da Procuradoria Geral será o ministro Ricardo Lewandowski, revisor do processo.

Em seu voto, Joaquim Barbosa vai indicar qual a possível pena para cada réu que ele considerar que seja culpado. Há expectativa de que a leitura do voto seja feita em blocos, conforme os crimes. Os réus respondem a sete delitos diferentes: corrupção ativa, corrupção passiva, peculato, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e gestão fraudulenta de instituição financeira.

A ordem de votação dos ministros obedece o seguinte critério: primeiro o relator (Joaquim Barbosa); depois o revisor (Ricardo Lewandowski); e em seguida os demais ministros começando por aquele que tem menos tempo de tribunal (Rosa Weber) até chegar ao mais antigo, que é chamado de decano (Celso de Mello). O último a votar é o presidente do tribunal, Ayres Britto. Na ordem natural, Cezar Peluso seria o sétimo a votar, mas pode pedir para ser o terceiro.

Há dúvidas sobre a participação de Peluso na decisão sobre se os réus do processo devem ser absolvidos ou condenados. Para possibilitar a participação dele no julgamento, alguns ministros defendem a ampliação do número de sessões previstas para a segunda quinzena de agosto. Não está descartada a possibilidade de o tema ser discutido na sessão administrativa desta quarta.

No próximo dia 3 de setembro Peluso será aposentado compulsoriamente, uma vez que completa 70 anos. Pelo regimento, ele pode antecipar o voto aos demais ministros da corte depois que votarem o relator e o revisor.

 Divergências
A sessão desta quarta-feira (15) do julgamento do mensalão já demonstrou que os debates durante a leitura dos votos dos ministros deverão ser acirrados.

Os ministros divergiram ao discutir as 18 preliminares apresentadas pelos advogados dos réus. Apenas uma foi acatada - a que pedia a nulidade de parte do processo do mensalão para o réu Carlos Quaglia, acusado pelo Ministério Público de ter usado sua empresa para lavar dinheiro repassado das agências de Marcos Valério e que seria utilizado para comprar votos de parlamentares do PP.

Os ministros decidiram pelo desmembramento do processo para que Quaglia continue a responder ao processo na primeira instância da Justiça. Com isso, somente 37 réus serão julgados pelo Supremo pelo suposto esquema de compra de votos no Congresso denunciado pela Procuradoria Geral da República.

A corte entendeu que houve cerceamento ao direito de defesa do réu, cuja defesa deixou de ser intimada por mais de três anos. Carlos Quaglia deve responder na primeira instância da Justiça Federal de Santa Catarina, onde reside.

Durante a discussão, Joaquim Barbosa e Lewandowsky discutiram sobre se houve ou não "má fé" no pedido de Quaglia. Barbosa inicialmente votou contra o pedido do réu, mas depois voltou atrás. Para ele, houve “má fé” de Quaglia ao alegar cerceamento do direito de defesa. “Não há como negar a má fé do réu Carlos Alberto Quaglia. Ele apresentou defesa prévia, com indicação de testemunhas e alegações finais. Não houve cerceamento da defesa. Parece um caso presente em que o torpe tenta aproveitar-se da própria torpeza”, disse Barbosa.

O ministro-revisor do processo, Ricardo Lewandowsky, discordou do relator e votou pela nulidade da fase de instrução – coleta de provas, de depoimentos de testemunhas e interrogatório dos réus. O ministro afirmou que procuração dando poderes ao advogado Dagoberto Dufau foi tacitamente revogada por nova procuração que dava poderes ao advogado Haroldo Rodrigues.

O ministro também citou que quatro testemunhas arroladas pela defesa do réu não foram ouvidas e disse que a questão “é muito séria”. “Assim entendo que ocorreu nulidade absoluta. Esse cerceamento causou prejuízo insanável ao réu. [Não teve] o direito de exercer plenamente o contraditório.”

 ‘Má fé’
Lewandowski afirmou que não é possível dizer que houve "má fé" por parte da Defensoria Pública, que representou Quaglia na sustentação oral. "Dizer que a Defensoria agiu de má fé? Nunca vimos isto no tribunal", afirmou.

Joaquim Barbosa, então, reconheceu que a defesa deixou de ser notificada, mas sustentou que, em sua avaliação, houve “má fé”. “Eu vejo, sim, má fé”, disse.

“Má fé encampada pela Defensoria? Eu acho muito difícil”, rebateu Lewandowsky.

Análise de preliminar
Outras 17 preliminares foram rejeitadas pelo plenário do Supremo nesta quarta. Entre elas pedido para que o processo contra réus sem foro privilegiado fosse enviado para a primeira instância, impedimento do relator, inclusão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na ação penal, além de requerimento para anular perícias, depoimentos de testemunhas, entre outras.

Na análise da penúltima preliminar, o relator Joaquim Barbosa chegou a afirmar que pretendia “eliminar abobrinhas”, referindo-se à análise de alguns pedidos dos advogados de defesa. No momento em que o magistrado fez a declaração, os defensores gritaram no plenário.