sábado, 27 de fevereiro de 2010

Eleitor de Brasília é desafiado a tirar a meia do rosto

Para fugir à cassação, o deputado Leonardo ‘Pé-de-meia’ (Im)Prudente (ex-DEM) renunciou aos dez meses que lhe restavam de mandato.

Na véspera, a Comissão de Ética (!?!?!) da Câmara Legislativa do DF abrira processo contra ele e outros dois integrantes da bancada do panetone.

Prudente é aquele deputado que foi pilhado em vídeo levando dinheiro sujo aos bolsos do terno e, à falta de mais espaço, às meias.

Antes de bater em retirada, o deputado expediu cerca de 10 mil cartas aos eleitores. Será que a Câmara pagou os selos?

No texto, Prudente faz cara de injustiçado: "Já admiti publicamente e reafirmo que errei, e estou pagando um preço muito alto”.

Engano. O escândalo sai barato para o deputado. Caro pagaram os pobres de Brasília, privados dos benefícios que o dinheiro desviado poderia proporcionar.

Prudente tenta desconversar: “Tenho certeza que as investigações irão revelar a verdade [...] e que o processo legal e a justiça serão novamente restabelecidos”.

Lorota. Nunca se esteve diante de um escândalo tão fartamente documentado. A Justiça não precisa ser restabelecida. Ela tem de ser feita.

Prudente promete: “Não serei mais candidato a nenhum cargo eletivo em 2010, apenas desejo refutar os fatos inerentes à minha pessoa, colocando-os na forma verdadeira como eles ocorreram”.

Meia verdade. O deputado talvez não seja candidato. Por quê? Talvez lhe faltem votos. Os fatos “inerentes” à sua pessoa, por gritantes, são irrefutáveis.

Na semana que vem, o deputado Júnior ‘Oração da Propina’ Brunelli (PSC) pode imitar Prudente. Cogita renunciar para fugir da degola.

Não se sabe, por ora, se Eurídes ‘Bolsa’ Brito (PMDB), também encaminhada ao patíbulo, baterá em retirada.

Resta confiar no discernimento do eleitor da Capital. O crime, como se sabe, mora na vizinhança. A Justiça, ao contrário, mora longe.

Antes de arrostar condenações judiciais irrecorríveis, qualquer panetone brasiliense pode disputar eleições. Espera-se que encontrem pela frente eleitores sem meias nos olhos.

Escrito por Josias de Souza às 00h54

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

DEM do DF trocará dirigentes após escândalos de corrupção

Camila Campanerut
Do UOL Notícias
Em Brasília

O diretório regional do DEM (Partido Democratas) no Distrito Federal pediu nesta quarta-feira (24) sua "autodissolução" após as suspeitas de corrupção que envolvem a legenda local. O diretório se antecipou à Executiva Nacional do partido, que ameaçava intervir na entidade, e resolveu desmanchar seu próprio comando.

Ao explicar a decisão, o deputado Osório Adriano Filho (DF) afirmou que foi a solução menos traumática. "O partido é formado por gente honesta, honrada. Foi o que eu sempre fiz nos últimos 15 anos. Eu pedi a dissolução [do diretório], antes que outros pedissem.”

Osório substituiu o vice-governador que renunciou, Paulo Octávio, no comando do diretório regional do Democratas. Octávio havia se licenciado do comando do diretório logo após vir à tona o chamado mensalão do DEM, em dezembro.

A decisão teve apoio de todos os 19 integrantes do diretório regional. "Serão buscados nomes que estejam fora de qualquer suspeita", afirmou Osório.

O DEM possui cerca de 30 mil filiados no Distrito Federal, segundo Osório, que não soube informar quantos destes participam do governo.

O novo coordenador regional do DEM será o senador Marco Maciel (PE), que encaminhará para a Executiva Nacional do partido os nomes para a formação de um novo diretório.

Em relação ao prazo para a composição dessa nova diretoria no DF, Maciel deixou claro que não tem pressa para encerrar este processo. "Estamos num processo de reorganização. É uma tarefa que exige algum tempo. É um processo que começa agora e não se sabe quando termina", desconversou.

A resolução anterior da legenda de que todos os filiados do DEM que participam do governo do DF deveriam sair do partido ou de seus cargos foi mantida. "Precisamos formar novos quadros. Todos os filiados [que participam da administração do DF] que têm pretensão eleitoral sairão do governo, ou se quiserem ficar, saem do partido", reforçou o presidente nacional do DEM, Rodrigo Maia (RJ).

Maia apontou que o próximo passo no Distrito Federal é a reformulação da chapa e que o partido não tem condições no momento de definir ou indicar um nome para a candidatura ao governo do DF em 2010.

Polêmicas

Apesar do tom crítico, o Secretário dos Transportes do DF, Alberto Fraga (licenciado do mandato de deputado federal) acatou a decisão do partido e deixará o cargo. Ele pediu pelo menos uma semana para deixar os trabalhos da pasta encaminhados. “Essa dissolução durará no máximo 30 a 40 dias, tempo no qual terá que ser composto um novo diretório regional. É muito melhor uma coisa nesse
sentido que uma intervenção da forma como era a idéia inicial. Salva-se quem verdadeiramente não tem nenhum envolvimento com os escândalos e há condições da gente reconstruir esse novo diretório regional”, avalia.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Câmara do DF lê carta-renúncia, e Paulo Octávio deixa governo; aliado de Arruda assume


Do UOL Notícias*
Em Brasília



Logo após desfiliar-se do Democratas para não ser expulso do partido, o governador interino do Distrito Federal, Paulo Octávio Alves Pereira, renunciou ao cargo nesta terça-feira (23). Paulo Octávio cogitou renunciar na última quinta-feira, mas recuou para tentar, sem sucesso, apoio dos deputados distritais e do DEM para governar. Ao todo, ficou apenas 12 dias no cargo.


A íntegra da carta-renúncia foi lida pelo vice-presidente da Câmara Legislativa do DF, Cabo Patrício (PT). A carta já estava redigida pelo menos desde a semana passada.

"Dediquei-me, nos últimos dias, a realizar consultas junto a líderes partidários dos mais variados matizes. Busquei a interlocução com figuras representativas da sociedade. As negociações apenas tornaram mais claras para mim as dificuldades de garantir, neste momento, a tão necessária governabilidade para o Distrito Federal", disse em carta Paulo Octávio.

"Permanecer no cargo, nas circunstâncias que chamei de excepcionais, exigiria a criação de condições também excepcionais", continuou o ex-governador, que citou ainda a falta de respaldo do próprio partido.

O vice-governador Paulo Octávio havia assumido a cadeira do titular José Roberto Arruda (sem partido) quando este foi preso no último dia 11 de fevereiro, acusado de participação de tentativa de suborno de uma testemunha do chamado mensalão do DEM, o esquema de enriquecimento ilícito e pagamento de propina a políticos por empresas de informática que tinham contratos no governo do DF, de acordo com investigação da Polícia Federal.

Assume o cargo máximo do Executivo do DF o presidente da Câmara Legislativa, Wilson Lima (PR), próximo de Arruda.

Lima nasceu em 1953, em Ceres (GO). O distrital está no terceiro mandato e, em 2006, foi reeleito com 8.983 votos. Desde os 15 anos, mora na cidade de Gama.

O deputado foi seminarista na década de 1960 e estudou música na UnB (Universidade de Brasília). O distrital costuma contar que trabalha desde a adolescência e já vendeu picolés, foi frentista, mecânico, lanterneiro, pintor, balconista e cobrador de ônibus.

O deputado foi eleito pela primeira vez em 1998 pelo PSD. No governo Joaquim Roriz (PSC), Lima ocupou a subsecretaria de Alimentação e Promoção Social da Secretaria de Solidariedade em 2002. Além do PSD e PR, o distrital já foi filiado ao PTB, PMDB e Prona.

No último dia 2 de fevereiro, Lima foi eleito presidente da Câmara Distrital após a saída de Leonardo Prudente (sem partido), acusado de envolvimento no mensalão do DEM. O deputado ocupava a Primeira Secretaria.

Octávio deve deixar política
Paulo Octávio é citado nas investigações e nega envolvimento no esquema d~e propinas. Após a prisão de Arruda, o DEM pediu que todos os filiados deixassem o governo do DF. Sem apoio de antigos aliados e do próprio partido, Octávio optou pela desfiliação seguida pela renúncia. Ele é alvo de quatro de pedidos de impeachment na Câmara Legislativa do Distrito Federal.

Paulo Octávio deve deixar a política para se dedicar apenas às empresas dele, muitas delas com contratos com o governo. "Saio da cena político e me incorporo às fileiras da cidadania", escreveu na carta-renúncia.

Reportagem da Folha de S.Paulo publicada na semana passada mostra que o governo do DF pagou ao menos R$ 10,4 milhões para empresas do empresário veicularem publicidade oficial. O valor se refere aos últimos três anos, quando ele já era vice de Arruda. Octávio disse, por meio de seu advogado, que deixou o comando de todas as suas empresas quando foi eleito vice-governador na chapa de Arruda, em 2006.

Eleito em 2006 na chapa dos Democratas, Paulo Octávio Alves Pereira também presidia, desde 2008, a Regional do DEM-DF, cargo do qual se licenciou quando assumiu o governo.

Ao tomar posse como vice, Octávio também deixou o mandato de senador, cujo cargo ficou para o primeiro-suplente, Adelmir Santana (DEM-DF). Octávio foi eleito por duas vezes deputado federal, em 1990 e 1998, e eleito senador pelo Distrito Federal em 2002.

Como empresário, ele é dono de um dos maiores grupos de construção civil do Centro-oeste que leva seu nome, fundado em 1975. Segundo os números oficiais da empresa, a Paulo Octávio Investimentos Imobiliários contabiliza 38 mil imóveis entregues e tem 400 mil clientes no Distrito Federal com seus 2,7 milhões de m² de obras construídas.

O mineiro de Lavras é casado com Anna Christina Kubitschek Barbará A. Pereira, neta do ex-presidente da República Juscelino Kubitschek, com quem tem dois filhos.

Prisão de Arruda
A prisão de Arruda foi decidida pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) e referendada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello na semana passada.O STF ainda vai analisar o mérito do habeas corpus impetrado pela defesa de Arruda, prolongando a permanência dele na prisão.


*Com informações da Folha Online


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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Paulo Octávio deve se desfiliar do DEM nesta segunda

Do UOL Notícias
Em São Paulo

O governador interino do Distrito Federal, Paulo Octávio (DEM), deve anunciar nesta segunda-feira (22) sua desfiliação do DEM. A saída seria uma forma de evitar a expulsão do partido. A executiva da legenda se reúne no começo dessa semana, e a tese da expulsão ganhou força depois que Paulo Octávio decidiu permanecer no comando do governo.

Paulo Octávio afirmou na sexta (19) que permanece no governo pelo menos até o STF (Supremo Tribunal Federal) decidir sobre a intervenção no Distrito Federal, informou o secretário André Duda (Comunicação).

A promessa foi feita em reunião com os 17 secretários do governo. Octávio também pediu união contra a ameaça de intervenção federal defendida pela Procuradoria Geral da República.

O governador afastado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (ex-DEM, sem partido), continua preso na Superintendência da Polícia Federal em Brasília. A PGR (Procuradoria Geral da República) encaminhou ao STF (Supremo Tribunal Federal) parecer defendendo a manutenção da prisão preventiva.

O Supremo deve analisar o mérito do pedido de liberdade de Arruda esta semana. Já o pedido de intervenção federal ainda não tem data para ser julgado pela Corte.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Ministério Público protocola denúncia contra Arruda por falsidade ideológica

Edemilson Paraná
Do UOL Notícias
Em Brasília

O Ministério Publico Federal protocolou no fim da tarde desta sexta-feira (19) mais uma denúncia contra o governador afastado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM), desta vez, por falsidade ideológica. A informação foi divulgada hoje (20) pela assessoria de imprensa da Procuradoria Geral da República (PGR).

De acordo com a denúncia, Arruda forjou quatro recibos para justificar o recebimento de propina de Durval Barbosa, ex-secretário de Relações Institucionais do governo, que em vídeo aparece entregando o dinheiro pessoalmente ao governador. Segundo Arruda, a quantia teria servido para a compra de panetones. Juntos, os recibos somam a quantia de R$ 50 mil.

Um laudo pericial da Polícia Federal comprovou que os recibos foram produzidos, impressos e assinados na residência oficial do governador, em Águas Claras e rubricados por Durval Barbosa no dia 28 de Outubro, quase um mês antes da divulgação dos vídeos, no fim de novembro. As impressoras foram apreendidas na residência oficial do governador no dia 11 de fevereiro, data de sua prisão.

A denuncia foi protocolada no Superior Tribunal de Justiça (STJ) pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel e pela subprocuradora Raquel Dodge e aguarda manifestação do relator Ministro Fernando Gonçalves, o mesmo que decretou a prisão preventiva de Arruda na última quinta-feira (11). Na denúncia, a PGR pediu urgência na análise do processo.

De acordo com Lidiane Mattos, secretária de comunicação da Procuradoria Geral da República (PGR), a produção dos recibos, antes da divulgação do inquérito, torna plausível a tese de que Arruda sabia do andamento do processo antes mesmo das acusações virem à tona. “Isso reforça nosso argumento de que ele deve permanecer preso para que não interfira nas investigações”, disse Lidiane.

Esta é a segunda denúncia protocolada contra Arruda desde a sua prisão. A ação apresentada ontem volta a questionar dispositivo da Lei Orgânica do Distrito Federal que diz que apenas a Câmara Distrital do Distrito Federal pode apresentar denúncia penal contra o governador. Para a PGR, o dispositivo é inconstitucional.

A denúncia complica a situação de José Roberto Arruda, preso desde o dia 11. Um dia após a sua prisão, o Supremo Tribunal Federal (STF), negou o habbeas Corpus em favor do governador. O relator do processo, ministro Marco Aurélio se manifestou pela manutenção da prisão preventiva de Arruda para evitar que, o então governador, interferisse no andamento das investigações. A manutenção da prisão deve ser votada no plenário do STF na próxima semana.


UOL Celular

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Lula recebe governador interino do DF; Paulo Octávio deve anunciar hoje renúncia

GABRIELA GUERREIRO

da Folha Online, em Brasília

Sem conseguir agendar oficialmente um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governador interino do Distrito Federal, Paulo Octávio (DEM), apareceu na manhã desta quinta-feira no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), sede provisória da Presidência, e foi recebido por Lula.

Segundo interlocutores, Paulo Octávio estaria disposto a comunicar sua renúncia ao presidente Lula. A saída estaria condicionada ao desenrolar da conversa sobre o pedido de intervenção federal no DF, defendido pelo Ministério Público Federal.

O motivo da renúncia seria a falta de apoio que garantisse a governabilidade. Paulo Octávio não conseguiu respaldo nem do próprio partido, que o ameaça de expulsão.

O democrata já deixou o CCBB, sem falar com a imprensa, e seguiu para o Palácio do Buriti, sede do governo do DF, onde deve conceder uma entrevista coletiva. Paulo Octávio já estaria, inclusive, com a carta de renúncia pronta.

Ele assumiu o governo na semana passada quando o STJ (Superior Tribunal de Justiça) determinou o afastamento e a prisão do titular do cargo, José Roberto Arruda (sem partido).

Na semana que vem, o DEM deve se reunir para analisar o pedido de expulsão, a ser feito pelo senador Demóstenes Torres (GO) e o deputado Ronaldo Caiado (GO), contra o governador interino.

O presidente resistia em receber o governador interino por conta da instabilidade política no DF. Não queria partidarizar o caso e, ao mesmo tempo, pretendia aguardar os próximos passos da Justiça.

A intenção de integrantes do DEM, por enquanto, é levar adiante os trâmites formais de um processo de expulsão e aguardar para ver se surge algo de novo contra o governador interino. Além disso, o DEM também já dá como liquidada a chance de ter um candidato ao governo na eleição. O próprio Paulo Octávio já disse que não pretende se candidatar.


Arte/Folha

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Advogado diz que Arruda está preocupado com novas denúncias de corrupção

Carolina Pimentel
Da Agência Brasil
Em Brasília

O governador licenciado do Distrito Federal José Roberto Arruda (sem partido) recebeu na tarde de hoje (15) a visita de um dos seus advogados, Tiago Bouza, na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, onde está preso há cinco dias.

Após a visita, o advogado afirmou que o governador tem demonstrado preocupação com as novas denúncias de envolvimento dele em atos de corrupção.

A mais nova denúncia é de que Arruda teria usado a Polícia Civil para espionar o Ministério Público do Distrito Federal, onde teve início a investigação sobre o suposto esquema de corrupção em seu governo. “Ele começa a demonstrar preocupação com os novos fatos”, disse Bouza aos jornalistas que fazem plantão em frente ao prédio da PF.

O advogado afirmou que, na conversa com o governador, tratou da estratégia de defesa de Arruda, que deve ser articulada pelos advogados a partir de quarta-feira (17). Além disso, Bouza queria certificar-se de que os direitos do governador estão sendo respeitados na prisão. Segundo ele, Arruda não apresentou nenhuma reclamação a respeito do tratamento na PF.

Bouza relatou ainda que Arruda tem conseguido descansar e que sua aparência tem melhorado. “Ele está melhor a cada dia”, disse.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

PF apreende recibos do DEM na residência de Arruda

Documentos anotam ‘doações’ de R$ 425 mil ao partido

José Cruz/ABr
A Polícia Federal apreendeu na residência oficial de José Roberto Arruda documentos que estabelecem uma ligação monetária do governador do DF com o DEM.

São dois recibos. Os papéis trazem a assinatura do tesoureiro do diretório nacional DEM, ex-deputado Saulo Queiroz.

Registram duas “doações” recebidas pelo ex-partido de Arruda de empresas fornecedoras do governo do DF.

Somam R$ 425 mil. Desse total, R$ 275 mil vieram da caixa registradora da Construtora Artec. Outros R$ 150 mil foram providos pela Antares Engenharia.

As duas folhas foram recolhidas pela PF numa batida feira na residência oficial do governador. Estavam dentro de um armário.

O móvel foi varejado num anexo da casa, em sala que era usada por Domingos Lamoglia, ex-chefe de gabinete de Arruda.

Lamoglia deixou o cargo depois que seu nome emergiu das investigações do panetonegate.

A PF e o Ministério Público investigam o ex-secretário, suspeito de ter arrecadado propinas que abasteceram a caixa de panetone$ de Arruda.

Deve-se a revelação da existência dos recibos a uma trinca de repórteres: Filipe Coutinho, Fernanda Oldila e Hudson Corrêa.

Em notícia levada às páginas da Folha, os repórteres informam:

1. Os recibos com os valores repassados ao DEM foram emitidos em maio de 2009.

2. Saulo Queiroz, o tesoureiro da ex-legenda de Arruda, diz que os R$ 425 mil entraram no partido pela porta da frente. Coisa legal, registrada na contabilidade.

3. A PF busca resposta para uma pergunta intrigante: por que diabos os recibos do DEM estavam no armário do anexo da casa de Arruda?

4. Em casos de doações legais, os recibos são repassados às empresas. Daí a estranheza. Por que estavam guardados no armário da casa de Arruda?

5. O próprio tesoureiro Saulo Queiroz disse estar supreso. Segundo ele, os recibos foram entregues às empresas, não ao ex-chefe de gabinete de Arruda.

6. Procurada, a firma Antares deu informação que contradiz o tesoureiro Saulo. Disse que não pediu nem lhe foi repassado o recibo dos R$ 150 mil que doou.

7. A outra provedora, Artec, associada a um desembolso de R$ 275 mil, não se manifestou.

8. As duas empresas mantem contratos com o GDF. A Artec atua em duas frentes: coleta de lixo e obras civis. Sob Arruda, seus ganhos foram tonificados em 41%.

9. Desde 2007, quando Arruda assumiu o governo, a Artec recebeu R$ 95 milhões das arcas do DF.

10. Desse total, algo como R$ 27 milhões foram pagos depois que a empresa fez a doação ao DEM.

11. Chama-se César Lacerda o dono da Artec. É filiado ao PSDB. Disputou, em 2006, uma cadeira de deputado na Câmara Leislativa do DF. Não foi eleito.

12. Quanto à Antares, cinco meses depois do repasse de verbas ao DEM, recebeu uma licença prévia do GDF para executar obras.

13. A licença foi emitida pelo Instituto Brasília Ambiental, órgão do GDF.

14. O Ministério Público apontou irregularidades na liberação das obras confiadas à Antares. E o Tribunal de Justiça do DF cassou a licença em janeiro passado.

15. No mês anterior, dezembro de 2008, a deflagração da Operação Caixa de Pandora, da PF, levara ao noticiário os malfeitos do panetonegate.

16. Ameaçado de expulsão pelo DEM, Arruda viu-se compelido a pedir a desfiliação da legenda. Sem partido, desistiu de concorrer à reeleição.

17. Nas pegadas do escândalo, Arruda disseminou pelos subterrâneos de Brasília a ameaça de arrastar expoentes do DEM para a lama que se formou à sua volta.

18. O governador dizia, em privado, que ajudara a financiar campanhas eleitorais do DEM.

19. Sem fornecer detalhes, o DEM admite ter recebido doações de empresas fornecedoras do GDF. Mas sustenta que o dinheiro transitou por cima da mesa.

20. É nesse contexto que os dois recibos apreendidos pela PF vêm à luz. O tesoureiro Saulo Queiroz decerto vai providenciar a abertura dos livros do DEM.

21. Neste sábado (13), munida de mandados expedidos pelo STJ, a PF realizou mais 21 batidas de busca e apreensão em Brasília. Vem mais coisa por aí.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Paulo Octavio é o novo governador do DF

José Maurício dos Santos

Brasília já tem um novo Governador nesta quinta-feira (11). O até então vice de José Roberto Arruda (sem partido), Paulo Octavio (DEM), que havia dito que não assumiria o GDF, voltou atrás após seu advogado ressaltar que não há provas concretas para incriminá-lo, o que lhe dá condições de assumir o cargo.

Apesar de o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, ir ao Supremo Tribunal Federal (STF) para pedir intervenção federal do DF - o que dá o direito ao Supremo de escolher quem assumirá o lugar de Arruda – Paulo Octavio será o novo governador até que o pedido do procurador seja acatado, o que provavelmente acontecerá após o carnaval.

Além do pedido de intervenção, Gurgel apresentou ainda a denúncia contra o governador por formação de quadrilha e corrupção de testemunha. Isso significa que o Superior Tribunal de Justiça abrirá uma ação penal contra Arruda.

O presidente da Câmara Legislativa, Wilson Lima (PR), convocou uma reunião com os deputados distritais e o governador em exercício, Paulo Octávio, para a manhã desta sexta-feira (12), na Câmara Legislativa. A reunião será para os parlamentares assegurarem ao novo comandante do DF a governabilidade nos próximos dias - até que a situação seja definda.

O deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) descartou apoiar a decisão de Paulo Octavio. “Não apoio Paulo Octávio para assumir o governo do DF. Não me cobrem solidariedade com corrupção”, disse em seu twitter, onde também criticou a atitude de Lula que pediu à PF que amenize o constrangimento de Arruda em público. “É impressionante como Lula gosta de passar a mão na cabeça de bandido".

Os diretórios regionais do PT, PDT, PSB e PCdoB divulgaram uma nota oficial de apoio à decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que decretou a prisão de Arruda, mas, são contra a implantação de uma intervenção de estado no DF. “Os partidos PT, PDT, PSB e PCdoB manifestam integral apoio à decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ)... mas, defendem o estabelecimento de um ambiente de normalidade institucional que tenha como objetivo assegurar o funcionamento dos serviços públicos e a execução das ações governamentais essenciais à sociedade", diz um trecho da nota.

Ao saber da decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre o decreto de sua prisão por 12 votos a 2, Arruda decidiu se afastar do cargo. Os deputados distritais reabriram a sessão na Câmara Legislativa e leram uma carta do governador pedindo afastamento.

O Democratas também emitiram uma nota oficial determinando que todos os filiados deixem imediatamente os cargos que ocupam no GDF.

Apesar do governador já está preso na superintendência Polícia Federal, a instituição ainda não saiu à caça das demais pessoas que tiveram sua prisão decretada. Pois, segundo a assessoria, eles combinaram que se entregarão.

Os advogados do governador já esntraram com um pedido de hábeas corpus para pedir a soltura preventiva de Arruda.

Como Arruda é formado em engenharia, ele pode ter direito à cela especial.

Desfecho de um crime

Hoje, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) acatou, por 12 votos a 2, o pedido de prisão aceito pelo ministro e relator Fernando Gonçalves, concordou com o pedido do Ministério Publico e decretou a prisão do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem-partido).

Pedido antes feito pela subprocuradora geral da República, Raquel Dodge, que aceitou um outro requerimento de autoria da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Além do governador, o ex-deputado Geraldo Naves, ex-secretário de Comunicação do DF, Wellington Morais, diretor de Operações da Centrais Elétricas de Brasília, Haroaldo Brasil de Carvalho, e Rodrigo Arantes, sobrinho e secretário particular de Arruda, também tiveram a prisão aceita pelo relator.

Antes da decisão do tribunal, Gonçalves e o presidente da Casa, ministro César Asfor, convocou a Corte Especial do STJ para referendar o decreto da prisão do governador. Para reforçar a decisão, o relator submeteu seu despacho à Corte Especial. A ordem de prisão foi decretada com base no artigo 312 do Código de Processo Penal que estabelece que: " A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria".

A Polícia Federal já está mobilizada para cumprir o decreto de prisão.
O assessor de imprensa de Arruda, André Duda, disse que o governador iria se entregar. "Arruda estava em sua residência particular, em Brasília. Se tudo for verdade e se confirmar ele vai se apresentar espontaneamente à Polícia ainda hoje.

Ao saber da decisão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pediu para o novo minstro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, que a PF não exponha o governador de tal maneira que a política do país seja ainda mais afetada mundo a fora.

O governador Arruda é apontado em inquérito do Ministério Público Federal como o comandante de um suposto esquema de arrecadação e distribuição de propina entre os parlamentares e membros do governo. O caso ficou conhecido como "mensalão do DEM". Ele nega envolvimento com qualquer irregularidade.

O caso veio à tona em novembro, quando a Polícia Federal deflagrou a operação Caixa de Pandora, que investiga o suposto esquema de corrupção. O ex-secretário de Relações Institucionais do Distrito Federal Durval Barbosa, que delatou o caso, gravou vídeos em que deputados, empresários e até o governador Arruda aparecem recebendo maços de dinheiro.

A situação de Arruda começou a se complicar em 4 de fevereiro, quando o conselheiro fiscal do metrô, Antonio Bento da Silva, foi preso em flagrante pela Polícia Federal ao entregar uma sacola com R$ 200 mil ao jornalista Edson Sombra para que o jornalista desqualificasse a denúncia do esquema de corrupção feita pelo ex-delegado Durval Barbosa no escândalo do panetone. Bento assumiu ter intermediado a tentativa de suborno convencido de que a ordem teria partido do próprio governador Arruda.

Segundo Bento, há três semanas, Rodrigo Arantes o procurou em nome de Arruda e lhe pediu para fazer a proposta de suborno ao jornalista Edson Sombra. Ele disse que, durante essa negociação, esteve seis vezes com Rodrigo, além de também falar com o sobrinho de Arruda por telefone. Na véspera de sua prisão, ele fechou o acordo com Sombra, depois foi se encontrar com Rodrigo Arantes na Granja de Águas Claras, residência oficial do governador, para acertar detalhes sobre o pagamento do suborno.

Bento disse que “Rodrigo agiu em nome do governador Arruda”. Auxiliares do governador dizem que Rodrigo é como um filho para o governador e, se de fato ele participou da tentativa de suborno, estaria cumprindo ordens. “É zero a possibilidade do Rodrigo tomar qualquer iniciativa sem o aval do Arruda”, afirma um assessor do governador.

O ex-conselheiro do metrô disse que, na quarta-feira (3), recebeu o dinheiro das mãos de um portador enviado por Rodrigo, por volta das 22h30, nas imediações da churrascaria Porcão., quando no dia seguinte, foi preso ao repassar os R$ 200 mil para Sombra.

Sombra foi quem convenceu Durval a delatar o esquema de corrupção conhecido como mensalão do DEM em Brasília.

Em depoimento à PF, o jornalista disse ainda que o dinheiro seria apenas a primeira parcela de um suborno de R$ 1 milhão em troca de um pacote de serviços que incluía uma declaração afirmando que os vídeos que mostram políticos de Brasília recebendo dinheiro de suposta propina foram manipulados por Barbosa. O ex-funcionário do metrô já esta na Papuda.

Além de Silva e Arantes, segundo sombra, Naves e Weligton também foram interlocutores do governador na tentativa de suborno.

O jornalista ainda entregou aos policiais um bilhete que teria sido escrito por Arruda como prova de que estaria envolvido na negociação de suborno.

Entretanto, na última sexta-feira, o secretário de Comunicação do DF, Weligton Moraes, confirmou que o governador teve mesmo uma conversa por telefone com Sombra no começo de janeiro, quando estavam em curso as manobras para o suposto suborno do jornalista por R$ 3 milhões.

Procurada pela reportagem, a defesa de Arruda não quis comentar a decisão do relator do caso no STJ.


OAB, PT, PSB e CUT protocolam pedido de impeachment contra governador do DF em exercício

Do UOL Notícias
Em São Paulo

A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) do Distrito Federal protocolou nesta sexta-feira (12) na Câmara Legislativa do DF o novo pedido de impeachment do governador do DF em exercício. Em nota, a entidade informou que a decisão pelo impedimento deve ser aplicada tanto ao governador afastado, José Roberto Arruda (sem partido), como a seu vice e governador interino Paulo Octávio (DEM), caso ele continue no cargo.

“Nada justifica a posse do vice Paulo Octávio. É público e notório que ele está envolvido no escândalo e não tem condições jurídicas e políticas para suceder o governador em caso de afastamento determinado pela justiça”, afirmou o presidente da OAB-DF, Francisco Caputo.

O PT, o PSB e a Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Distrito Federal também protocolaram hoje pedidos de impeachment do governador em exercício.

Vice também é suspeito
Empresário do ramo da construção civil e um dos homens mais ricos do Distrito Federal, Paulo Octávio assumiu na quinta-feira o cargo interinamente depois da prisão de Arruda. Ele também é citado pelo ex-secretário de Relações Institucionais do governo Durval Barbosa, que denunciou o mensalão do DEM, como beneficiário da partilha das propinas pagas por empresas que prestam serviços ao governo do DF, mas nega envolvimento.

Barbosa acusa mais de 30 pessoas e várias empresas de participarem do esquema de desvio e distribuição de recursos públicos à base aliada do governador José Roberto Arruda (sem partido).

A expectativa da oposição é de que o próximo passo seja a saída de todos os envolvidos no suposto esquema de pagamento de propina dos cargos que ocupam no governo do DF. Entre os acusados, estão o vice e oito distritais.

Apesar de o DEM ter determinado que todos os seus filiados deixem os cargos no governo do DF, o partido poupou o vice. "Avaliamos que não temos nada contra; se tiver daqui para frente, é outra circunstância", afirmou o presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia, à "Folha de S.Paulo".

Octávio deveria se reunir hoje com os deputados distritais em reunião foi convocada pelo presidente da Câmara Legislativa do DF, deputado Wilson Lima (PR), para “garantir a governabilidade" na capital federal, mas ele desistiu de participar.

Intervenção federal
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, também ingressou no STF com pedido de intervenção federal no DF, argumentando que há no governo uma "verdadeira organização criminosa" comandada pelo governador. O presidente do STF, Gilmar Mendes, vai analisar o pedido, mas a decisão deve ser divulgada apenas após o Carnaval. A decisão passa pelo plenário do STF e o governo do DF terá cinco dias para se manifestar, depois de ser notificado.

Se for aceito, o pedido é encaminhado ao presidente da República, que, por meio de decreto, nomeia um interventor. O decreto precisa, contudo, ser apreciado pelo Congresso Nacional em 24 horas.

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse que, em caso de intervenção no DF, a linha sucessória não será observada, o que excluiria a possibilidade de o vice-governador ou do presidente da Câmara Legislativa assumir o cargo.

“Grande parte dos deputados distritais está envolvida. Portanto, o Legislativo, a quem compete a responsabilização do governador, não tem a condição mínima de fazer isso”, justificou Gurgel.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

CUT-DF entra com ação popular para afastar Arruda do governo

Aumentou nesta quarta-feira a pressão para que a Justiça determine o afastamento do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), do cargo. Uma ação popular protocolada no Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJ-DF) pelo presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores) local, Cícero Rola, defende a saída de Arruda do governo. Ele é acusado de participação em um esquema de arrecadação e pagamento de propina.

A ação popular aponta que Arruda não tem mais condições de permanecer no cargo porque estaria obstruindo as investigações do suposto esquema de corrupção. Essa é a segunda medida que tenta acelerar o afastamento do governador. Ontem, a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) pediu ao Ministério Público Federal a prisão preventiva de Arruda ou o afastamento do cargo.

Após a movimentação da OAB, o advogado Artur Celso Fonseca pediu nesta quarta-feira um habeas corpus preventivo para o governador no STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Segundo o sistema de acompanhamento processual, a ação foi entregue ontem no tribunal e distribuída na manhã desta quarta-feira para o ministro Arnaldo Esteves Lima, da Quinta Turma. O teor do pedido não foi divulgado.

O advogado de Arruda, Nélio Machado, afirmou que Fonseca não representa o governador. "Esse advogado não tem ligação conosco. Em outros casos polêmicos, ele já tomou a iniciativa de propor esse tipo de habeas corpus preventivo. Mas ele não representa o governador. ESsa ação não cabe nesse momento. É fora de propósito", afirmou o advogado à Folha Online. Fonseca não foi encontrado.

A situação do governador ficou mais delicada na semana passada quando a Polícia Federal prendeu o conselheiro do Metrô Antônio Bento da Silva. Ele foi preso em flagrante ao tentar subornar o jornalista Edson dos Santos, o Sombra, principal testemunha de Durval Barbosa, delator do esquema de corrupção.

Segundo a PF, a sacola tinha R$ 200 mil, que seria a primeira parcela do suborno. Também foram apreendidos papéis que seriam uma declaração do jornalista afirmando que os vídeos feitos por Durval e que fazem parte do inquérito do STJ sobre o esquema de pagamento de propina teriam sido manipulados.

As gravações do delator mostram Arruda, o vice-governador, Paulo Octávio, secretários, assessores, deputados distritais recebendo suposta propina.

Sombra afirmou à Folha Online que entregou para a PF um bilhete escrito por Arruda. A PF confirmou a entrega do bilhete, mas não faz referência ao autor.

Segundo Sombra, ele recebeu o bilhete entre os dias 8 e 9 de janeiro das mãos do deputado distrital Geraldo Naves (DEM), amigo do governador e suplente de Paulo Roriz, secretário de Habitação. O recado de Arruda teria sido utilizado durante a negociação do suborno. No bilhete, de acordo com o jornalista, Arruda teria escrito frases soltas. De acordo com o jornalista, o suborno poderia chegar a R$ 2 milhões e seriam pagos em parcelas.



quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

MPF pede afastamento Arruda por questão partidária


Elza Fiúza/ABr
Uma tecnicalidade partidária pode custar o mandato a José Roberto Arruda. O Ministério Público Eleitoral protocolou no TRE-DF ação contra o governador.



A petição sustenta que a alegação de Arruda para deixar o DEM, em dezembro, não tem respaldo na lei.



Sob ameaça de ser expulso do partido, Arruda antecipou-se. Desfiliuou-se do DEM. Invocou razões pessoais.



Uma justificativa que, segundo a Procuradoria, não está prevista na resolução do TSE que fixou, em 2007, as regras da fidelidade partidária.



Por isso, a Procuradoria requer a perda do mandato de Arruda por infidelidade partidária.



Pelas mesmas razões, pede que seja passado na lâmina o mandato do deputado Leonardo ‘Pé-de-meia’ Prudente.



A essa altura, qualquer iniciativa que vise apartar Arruda e Cia. dos cofres públicos é bem-vinda. Porém...



Porém, diante de tudo o que já veio à luz, será cômico se o escalpo de Arruda for servido na bandeja de uma ação escorada na legislação eleitoral.



É como se, depois de fartar-se de panetone$, o governaedor entalasse com uma uva passa.

Escrito por Josias de Souza às 17h33

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

OAB pede à Procuradoria-Geral da República afastamento imediato ou prisão preventiva de Arruda

Carolina Pimentel
Da Agência Brasil
Em Brasília

O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, encaminhou ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pedido de imediato afastamento ou prisão preventiva do governador José Roberto Arruda (sem partido), apontado como chefe do suposto esquema de corrupção no Distrito Federal.

De acordo com Ophir Cavalcante, a permanência de Arruda no comando do governo distrital irá prejudicar o andamento das investigações.

Cavalcante alega que o governador estaria realizando manobras para impedir o andamento dos pedidos de impeachment na Câmara Legislativa. O presidente da OAB afirma ainda que é “inequívoca” a tentativa do governador em subornar o jornalista Edson Sombra, testemunha na investigação sobre o suposto esquema.

“Tais evidências são claras no que tange às tentativas de obstrução das investigações e cooptação de testemunhas por parte do governador, de modo que é fundamental que essa Procuradoria-Geral da República avalie a possibilidade de requestar o afastamento cautelar do governador para regular instrução processual, na forma do art. 20 da Lei 8429/92, ou mesmo sua prisão preventiva”, diz o ofício.

Ainda de acordo com o documento, a continuidade de Arruda no cargo "poderá ensejar dano efetivo à instrução processual, já que essa e outras testemunhas poderão 'deixar de se recordar' de detalhes sobre o caso e, outros, ainda, poderão 'sensibilizar-se' com a situação por eles vivida, a ensejar reflexos em seus depoimentos, cujas situações, por óbvio, será catalisada com a manutenção do governador e demais envolvidos em seus cargos públicos”.

A OAB ajuizou ação pedindo indisponibilidade dos bens de Arruda, dos oito deputados distritais e dois suplentes acusados de envolvimento no suposto esquema de pagamento de propina.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Roberto Carlos recusa convite para cantar em Brasília

Roberto Carlos recusou convite para se apresentar nas festividades do cinqüentenário de Brasília, em abril.

O empresário do cantor, Dodi Sirena, não fez segredo do motivo da recusa: José Roberto Arruda (ex-DEM) e o escândalo que o rodeia.

“Houve o convite e chegamos a considerar a possibilidade [de aceitar], porque Roberto estará no Brasil”, disse Sirena.

Ele explicou que os 50 anos da Capital serão celeberados na mesma semana em que Roberto Carlos fará aniversário. Porém...

Porém, “o convite foi feito pelo comitê de José Roberto Arruda. E decidimos interromper o contato...”

“...O Brasil está indignado com essa situação. E há uma prova de que houve desvio de dinheiro público”, Sirena acrescentou, referindo-se ao panetonegate.

O empresário de Roberto Carlos acrescentou: “Se o governo federal assumisse o convite, tudo bem. Mas dessa maneira, não”.

Nesta sexta (6), às voltas com uma nova denúncia de tentativa de suborno, Arruda participou da cerimônia de lançamento da logomarca do cinqüentenário de Brasília.

Durante o evento, o governador anunciou a liberação de R$ 20 milhões. Verba destinada à preparação da festa.

O comitê de organização foi confiado ao vice-governador Paulo Octávio (DEM), também sob investigação no panetonegate.

Informou-se que já foi acertada a acertada a “contratação” da escola de samba Beija-Flor de Nilópolis.

A escola carioca desfilará na Esplanada dos Ministérios. “Vamos realizar uma festa à altura do que a nossa cidade merece”, disse Paulo Octávio.

“Essa é uma festa de todo o Brasil, já que estamos falando da capital do país”, ecoou Arruda.

Pena que o Brasil, ao lançar um olhar sobre Brasília, não consiga enxergar razões para festejar.

Seja como for, a presença de uma escola de samba não poderia ser mais apropriada. Em Brasília, como no Brasil, tudo acaba em samba.

Escrito por Josias de Souza às 04h03

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Preso por tentativa de suborno no DF pede liberdade ao STJ

Os advogados do conselheiro do Metrô do Distrito Federal, Antonio Bento da Silva, ingressaram na noite desta sexta-feira no STJ (Superior Tribunal de Justiça) com um pedido de liberdade provisória. Silva foi transferido hoje para o presídio da Papuda.

Ele foi preso ontem, em flagrante, ao tentar subornar o jornalista Edson dos Santos, o Sombra, principal testemunha de Durval Barbosa, delator do esquema de corrupção que envolve o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido).

No momento da prisão, Silva entregava um sacola com R$ 200 mil. Segundo Sombra, o dinheiro seria parte de um suborno para que ele assinasse uma procuração afirmando que Barbosa manipulou e adulterou os vídeos que entregou ao STJ nos quais aparecem vários políticos e colaboradores recebendo suposta propina.

Ao longo do dia, o bilhete ganhou várias versões. O deputado distrital Geraldo Naves (DEM) confirmou que o bilhete foi escrito pelo governador, mas negou que tivesse alguma ligação com uma tentativa de suborno. Após a confirmação, Naves, que estava à frente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e era integrante da CPI da Corrupção, foi substituído na Câmara Legislativa.

O deputado Raad Massouh (DEM) anunciou que volta à Casa. Ele é o primeiro suplente de Paulo Roriz, secretário de Habitação de Arruda.

A defesa do governador rebateu a informação de Naves e negou que Arruda tenha mandado qualquer "bilhete" ao jornalista. Os advogados dizem que o bilhete teria sido levado pelo deputado da mesa de trabalho do governador sem autorização.

Segundo os advogados José Gerardo Grossi e Nélio Machado, o governador tem o "hábito" de fazer "rascunhos" em folhas de papéis, em forma de tópicos, enquanto está conversando e a tentativa de suborno seria uma armação.

"Não é bilhete. É um papel rascunhado. O governador tem mania de falar e escrever. É um roteiro e foi isso que foi feito com Geraldo Naves [deputado distrital do DEM e amigo de Arruda]. Esse papel ardilosamente foi transformado em algo escuso", disse Grossi.

Machado reforçou o discurso, mas evitou dizer se Naves estaria mentindo. O deputado confirmou hoje que repassou um bilhete, com frases soltas, a Sombra. O jornalista disse à Polícia Federal que o bilhete seria uma prova de que o governador estaria oferecendo um suborno para mudar seu depoimento sobre o esquema de pagamento de propina.

Machado acusou a Polícia Federal e o Ministério Público de serem parciais nas investigações do esquema de corrupção. "A PF e Ministério Público não podem ter lado. Não é possível que tenha ativismo do MP, de setores da PF, e preciso preservar as pessoas e que não se transforme artificialmente alguém que tem uma vida pregressa marcada por desmandos", afirmou.

Os advogados desqualificaram Sombra, Barbosa e o conselheiro do Metrô, Antonio Bento Silva, que foi preso ontem, em flagrante, pela Polícia Federal após oferecer suborno ao jornalista. No momento da prisão, Silva entregava R$ 200 mil a Sombra.

"Em que se verifica o absurdo que se traduz na palavra inservível do Sr. Durval Barbosa, que responde a mais de 30 processos na Justiça. É uma pessoa que não tem a menor credibilidade. O governador até o momento vinha se mantendo calado aguardando que a própria investigação revelasse o farsante que é o Sr. Durval. O Durval e o próprio Bento", disse Machado.