Na véspera, a Comissão de Ética (!?!?!) da Câmara Legislativa do DF abrira processo contra ele e outros dois integrantes da bancada do panetone.
Prudente é aquele deputado que foi pilhado em vídeo levando dinheiro sujo aos bolsos do terno e, à falta de mais espaço, às meias.
Antes de bater em retirada, o deputado expediu cerca de 10 mil cartas aos eleitores. Será que a Câmara pagou os selos?
No texto, Prudente faz cara de injustiçado: "Já admiti publicamente e reafirmo que errei, e estou pagando um preço muito alto”.
Engano. O escândalo sai barato para o deputado. Caro pagaram os pobres de Brasília, privados dos benefícios que o dinheiro desviado poderia proporcionar.
Prudente tenta desconversar: “Tenho certeza que as investigações irão revelar a verdade [...] e que o processo legal e a justiça serão novamente restabelecidos”.
Lorota. Nunca se esteve diante de um escândalo tão fartamente documentado. A Justiça não precisa ser restabelecida. Ela tem de ser feita.
Prudente promete: “Não serei mais candidato a nenhum cargo eletivo em 2010, apenas desejo refutar os fatos inerentes à minha pessoa, colocando-os na forma verdadeira como eles ocorreram”.
Meia verdade. O deputado talvez não seja candidato. Por quê? Talvez lhe faltem votos. Os fatos “inerentes” à sua pessoa, por gritantes, são irrefutáveis.
Na semana que vem, o deputado Júnior ‘Oração da Propina’ Brunelli (PSC) pode imitar Prudente. Cogita renunciar para fugir da degola.
Não se sabe, por ora, se Eurídes ‘Bolsa’ Brito (PMDB), também encaminhada ao patíbulo, baterá em retirada.
Resta confiar no discernimento do eleitor da Capital. O crime, como se sabe, mora na vizinhança. A Justiça, ao contrário, mora longe.
Antes de arrostar condenações judiciais irrecorríveis, qualquer panetone brasiliense pode disputar eleições. Espera-se que encontrem pela frente eleitores sem meias nos olhos.
Escrito por Josias de Souza às 00h54
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