Piero Locatelli
Do UOL Notícias
Em Brasília
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Entenda as denúncias de corrupção no governo do Distrito Federal
Arruda e Roriz estavam empatados em todas as pesquisas de intenção de voto para as eleições de 2010 feitas até o momento -todas realizadas antes das denúncias de envolvimento de Arruda em um esquema de pagamento de propina a integrantes da Câmara Legislativa do DF. Com o abalo na imagem do atual governador, a situação deve ficar mais fácil para Roriz.
Cúpula do DEM se reunirá nesta terça-feira para definir o futuro do governador Arruda
Apesar de haver indícios de que o "mensalão do DEM" tenha começado ainda no governo de Roriz, políticos do Distrito Federal não acreditam que a imagem do ex-governador seja afetada.
"O eleitor do Roriz é um eleitor que não se toca tanto com esses assuntos. Ele tem uma fidelidade que está acima desses fatos. Do ponto de vista do Roriz, ele não se enfraquece com o eleitorado. Só se também aparecesse um vídeo com ele", diz o ex-governador do Distrito Federal e atual senador, Cristovam Buarque (PDT).
Taxado como populista, rótulo que ele não refuta, Roriz criou seu eleitorado entre as classes mais pobres no entorno de Brasília. Suas votações expressivas o levaram a ser eleito três vezes ao governo do DF. Na primeira vez, assumiu como governador biônico ao ser indicado pelo então presidente da República, José Sarney.
Ex-aliados
Antes de serem adversários políticos, Roriz e Arruda foram aliados. Arruda ocupou cargos menores nas gestões de Roriz até se tornar chefe de gabinete do então governador.
Outro lado: Arruda diz que vai até o fim e não sai do cargo
Outra semelhança entre ambos foram as renúncias para fugir da cassação e manter seus direitos políticos quando foram senadores. Em 2001, Arruda saiu do cargo sob a suspeita de ter violado o painel de votação do Senado. Em 2007, foi Roriz quem renunciou. Ele havia aparecido em conversas telefônicas que o mostravam negociando a partilha de R$ 2,2 milhões com o então presidente do BRB (Banco de Brasília), Tarcísio Franklin de Moura.
Apesar da ligação forte de ambos, o ônus do escândalo pode não ser passado ao ex-governador.
"A crise maior é do governo Arruda, não do Roriz. Ela afeta a base do Arruda, que sempre foi de classe média", diz a deputado distrital Erika Kokay, líder petista na Assembleia do DF. O PT deve lançar como candidato ao governo o ex-deputado federal Agnelo Queiroz.
O senador Gim Argello (PTB-DF) completa o quadro dos quatro candidatos melhores colocados nas pesquisas. Suplente de Roriz, Argello assumiu após a renúncia dele do cargo em 2007.
Argello diz que o destino dos votos dos eleitores de Arruda não é certo, mas o destino do governador é: ele está fora da disputa, opina o senador.
"Agora mudou tudo porque saiu o 'player' que era o governador. Tínhamos quatro 'players', agora, tenho certeza, só são três", afirma.
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